Protagonistas destacados <br>da luta do povo
A CDU apresentou, anteontem, a sua lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Lisboa, encabeçada pelo Secretário-geral do PCP. Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa destacou que esta candidatura orgulha-se de «fazer o que diz, cumprir o que promete e tem como seu património reconhecido um percurso de verdade, honestidade, trabalho e competência».
A CDU propõe-se a encetar um «caminho novo» para o País
O miradouro de São Pedro de Alcântara, com uma magnífica vista sobre a baixa de Lisboa e o Castelo, foi o espaço escolhido pela coligação PCP-PEV para revelar todos os seus candidatos pelo maior círculo eleitoral do País. Como sublinhou na última intervenção da tarde o Secretário-geral do PCP, está-se perante uma lista «que fala por si», composta por «gente séria, gente de trabalho, que aqui vive e luta em defesa dos trabalhadores e das populações».
A CDU, acrescentou, é uma força que «dá garantias de trabalho responsável e constante, que não se fica perante os problemas e a adversidade, mas que os enfrenta com a determinação dos que têm fortes convicções e um desejo imenso de servir o seu povo e o seu País». Destacando os múltiplos e exigentes combates travados, no distrito, pelas forças que integram a coligação, Jerónimo de Sousa lembrou que os candidatos que compõem a lista «são parte integrante e seu rosto visível em muitas frentes».
Depois de valorizar a acção parlamentar do PCP e do PEV e de reafirmar a verdadeira natureza das eleições legislativas (que são para eleger deputados e não um qualquer primeiro-ministro), o primeiro candidato da CDU realçou que aquilo que verdadeiramente estará em jogo nesse acto eleitoral é a «escolha entre dois caminhos»: insistir no «ruinoso trajecto da política de direita» ou, por outro lado, encetar um «caminho novo, com uma política patriótica e de esquerda, com a força do povo, com a CDU».
Falando perante centenas de activistas e dezenas de candidatos, Jerónimo de Sousa apelou à realização de uma campanha capaz de afirmar, «com confiança, que há solução para os problemas do País», que é possível, «com a força do povo, a sua luta e o seu voto, assegurar um novo caminho que rompa com o continuado rumo de desastre nacional». A CDU, garantiu, «está pronta a assumir todas as responsabilidades que o povo português decida atribuir-lhe», permanecendo, como sempre, «do lado certo», do lado dos direitos, da justiça social e da soberania nacional.
Alternativa necessária
José Luís Ferreira, quarto candidato e dirigente do PEV, interveio antes de Jerónimo de Sousa para apontar fortes críticas ao Governo PSD/CDS e também ao PS, não só pela sua acção política oposta aos interesses do povo e do País, como por uma vez mais irem «prometer o que sempre prometeram e nunca cumpriram». Assim, e para lá das declarações de intenção, há que confrontar palavras com actos.
Como exemplo, o actual deputado do PEV lembrou a recente «oposição» do PS à privatização, pelo Governo, dos CTT e da TAP – o mesmo PS que propôs a alienação dos Correios no PEC4 e que, quando estava no governo, tentou entregar a transportadora aérea nacional à (entretanto falida) SwissAir. Para José Luís Ferreira, a CDU não só tem «propostas alternativas ao empobrecimento» como é a força que «respeita a palavra dada e os compromissos assumidos».
Da sua parte, João Corregedor da Fonseca, da Associação Intervenção Democrática, sublinhou a necessidade de pôr fim à política «antipatriótica» do actual e dos anteriores governos, e substituí-la por uma alternativa ao serviço do povo e do País, defensora da soberania e dos valores de Abril. «O povo confia na CDU e a CDU saberá corresponder», realçou. Em representação da Juventude CDU, Alma Rivera (que surge em sexto lugar na lista), sublinhou que também os jovens, trabalhadores ou estudantes, necessitam de uma nova política e têm lutado por ela.
Na sessão, magistralmente apresentada por Fernanda Lapa – que mereceu uma forte saudação pelos seus 50 anos de uma brilhante carreira artística –, interveio ainda a mandatária da candidatura da CDU por Lisboa, a sindicalista Graciete Cruz (ver caixa) e actuou o músico Sebastião Antunes, cujo apoio à coligação PCP-PEV tem sido constante ao longo dos anos. O reportório escolhido para a ocasião não podia ter sido mais apropriado, com canções de José Afonso e outras da sua autoria a evocarem a luta por uma vida melhor e por uma sociedade mais justa.
Gente que não trai e não engana
A lista da CDU pelo círculo eleitoral de Lisboa foi apresentada pela mandatária Graciete Cruz, que destacou um grupo de candidatos que «não trai, não se esconde e não engana». A dirigente da CGTP-IN chamou os candidatos para junto do palco, para que todos pudessem ver e conhecer aqueles que são dos principais protagonistas da campanha para o importante acto eleitoral que se avizinha.
Dos 52 candidatos, que a seguir enumeramos, 37 são membros do PCP, cinco do PEV e dois da ID. Cinco são independentes e três vêm da JCP. As mulheres são 21. Muitos dos candidatos intervêm em sindicatos, CT, associações e movimentos sociais ou são eleitos em autarquias. São estes os candidatos:
Jerónimo de Sousa, 68 anos; Rita Rato, 32 anos; Miguel Tiago, 36 anos; José Luís Ferreira, 52 anos; Ana Mesquita, 36 anos; Alma Rivera, 23 anos; João Vicente, 73 anos; Nuno Libório, 39 anos; Isabel Quintas, 63 anos; Duarte Alves, 24 anos; Libério Domingues, 57 anos; Deolinda Machado, 58 anos; Jorge Cordeiro, 61 anos; Joana Manuel, 38 anos; Armindo Miranda, 62 anos; Ana Avoila, 62 anos; Mário Cunha, 29 anos; Ana Oliveira, 25 anos; Pedro Penilo, 51 anos; Leonor Moniz Pereira, 67 anos; Francisco Madeira Lopes, 40 anos; Pedro Ventura, 39 anos; Catarina Cardoso, 43 anos; Ernesto Ferreira, 58 anos; Carlos Almeida, 52 anos; Ana Margarida Carvalho, 46 anos; Nuno Almeida, 37 anos; Silva Santos, 64 anos; Rute Pinheiro, 45 anos; Cláudia Madeira, 35 anos; Pedro Frias, 38 anos; Manuela Prates, 63 anos; João Coelho, 45 anos; Joana Silva, 40 anos; Painho Ferreira, 62 anos; Ermita Castro, 59 anos; Fernando Correia, 55 anos; Jorge Martins, 38 anos; Ana Sesudo, 37 anos; Paulo Jorge Alves, 51 anos; Jorge Pisco, 57 anos; Beatriz Goulart, 21 anos; Paulo Miguel, 49 anos; Ricardo Miguel, 34 anos; Rita Governo, 26 anos; Fernando Henriques, 36 anos; Amílcar Campos, 68 anos; Cristina Torres, 49 anos; David Mendes, 60 anos; José Vasques, 50 anos; Isabel Graça, 67 anos; João Camilo, 62 anos.